Aaaaaaah, cheirinho de enxaguante bucal…
Ao contrário do que se entende, o enxaguante bucal não remove sujeira, principalmente aquela entre os dentes, e muito menos placa bacteriana. Sua ação é química e limitada a um odor agradável que se mantém por poucos minutos após seu uso.
Usá-lo como única ferramenta de higienização, não limpa. Nesse aspecto, o fio dental e a escova, são as únicas ferramentas com resultado comprovado na eficácia da limpeza dentária pois, através da ação mecânica, promovem a remoção física de restos de alimento e de placa bacteriana.
Então o enxaguante bucal não serve para nada, Dra?
Sim, serve, mas não como ferramenta de higienização. Ele obtém melhores resultados quando:
- Diluído em água como solução para imersão de próteses; aparelhos dentários e placas de mordida;
- Usado antes de uma consulta odontológica para preparo da boca – essa ação diminui em 80% a contaminação via aerossóis dentro do consultório;
- Antes de beijar – para dar uma turbinada no beijo (diminuindo, a troca de bactérias);
- Usado para aumentar a segurança ao falar (o cheirinho).
O enxaguante bucal não é um produto milagroso que remove a sujeira como apontam as propagandas. Enxaguantes são acessórios à saúde oral.
Dos enxaguantes, o único que possui uma ação efetiva, atualmente no mercado, é o que contém um componente chamado gluconato de clorexidina. Contudo, seus efeitos colaterais provocam alteração do paladar e/ou manchas nos dentes. Devem ser utilizados quando prescrito pelo cirurgião dentista.
Qualquer outro enxaguante indicado para manter o hálito fresco e proteger sua saúde bucal, que não contenha a clorexidina, tem sua eficácia relacionada a efetividade da sua escovação.